Marcando passo

É difícil e arriscado no futebol você sacramentar que um trabalho não tem como dar certo. Ainda mais quando, mesmo com a feiura apresentada pelo time, existe chance real de conquistar o Campeonato Baiano. Afinal de contas, para muita gente, o que vale é o resultado. Os adversários ajudam. O próprio Vitória tem jogado pedra em santo. Espero que, em caso de título, não se iludam e achem que o trabalho é bem feito. Marquinhos não sabe o que quer. A cada jogo a equipe se mostra mais estagnada na falta de qualidade tática. E a coerência passa longe, apesar do discurso.

No texto passado, “elogiei” Marquinhos por ter finalmente parado em um esquema de jogo. Pura ilusão! Para poder encaixar Linconl no time, treinou por apenas 15 minutos uma nova composição tática e levou para o jogo contra o Villa Nova-MG. Saiu o 4.2.3.1 para o 4.4.2 com o meio de campo em losango. E essa postura durou um pouco mais que o tempo de treino. Rhayner, que seria o segundo atacante, recuou e jogou de forma inominável taticamente. Linconl, em determinados momentos, esteve mais avançado que Marcão. Foi um samba do crioulo doido!

Chegou uma hora que eu joguei pra cima. É perda de tempo tentar entender que esquema está sendo usado. Vou para a parte objetiva. Marquinhos passou dois meses chorando por um 9 e um 10. O jogo de ontem resumiu bem como era apenas subterfúgio para mascarar o trabalho mal feito. Como disse meu amigo Nuno, o time só melhorou contra o Villa após as saídas de Marcão e Linconl. Em poucos minutos, o garoto Jeam mostrou que pode ser muito mais produtivo que Marcão. Chamou o jogo, caiu pelos lados, fez um/dois, finalizou, se movimentou. Outro nível. E Marcão não poderá reclamar de chances. Ah se fosse Rafael ou Zé Roberto com essa sequência e essa “produção”…

Mais uma vez Talisca livrou o time de uma derrota. E mais uma vez fez isso quando Marquinhos o colocou centralizado, onde está provado que rende mais. Precisa acontecer mais o que para o treinador entender isso? Da mesma forma, Pittoni não pode jogar tão aberto pela direita. Rafael Miranda não pode ser o lateral direito. Um dia entenderia por que os treinadores complicam algo tão simples. Fazer o feijão com arroz é mérito e não pobreza. A impressão que tenho, analisando desempenho em campo, treinamentos e discurso, é que o Bahia está marcando passo com o atual treinador.

Com o tempo de trabalho até aqui e o elenco atual, o estágio era para estar bem mais avançado. O time é uma bagunça, os conceitos mudam o tempo todo. E me preocupa a maneira como vem usando a base. Coloca alguns minutos em um jogo, elogia e depois nem relaciona. Nessa batida, Anderson Melo, Ítalo Melo, Rafael, Nadson e Zé Roberto sumiram. É óbvio que a consequência é o guri se desmotivar e treinar mal. Railan daqui a pouco entra nesse grupo. Até Talisca ele colocou no banco. Temo que no futuro, Marquinhos deixe mais feridas abertas do que “apenas” rendimento ruim dentro de campo.

1 thoughts on “Marcando passo

  1. perfeita análise. Sou torcedor de não faltar um jogo sequer. Hoje comprei meu ingresso pro BA x Vice e sabendo que o time não vai conseguir tirar as vantagens do Vitória na final, se o time perder feio pro Vitória (infelizemente) vou dar pulos de alegria pra esse técnico estagiário ir embora.
    Até porque considero que o elenco não é tão ruim tecnicamente sendo ligeiramente melhor que do ano passado, só faltando o Fernandão e Wallison.
    O que ele está fazendo com os jogadores da base é triste!! Mas a base também está sem comando e a culpa nesse caso não é do Marquinhos Santos e sim da Diretoria “Transparente” do clube, pois trouxe também um estágiário pra ser diretor de futebol , o Sr. Willian Machado que fez o que quis no comando da base do clube.

    Este técnico de fato vai deixar mais feridas abertas no time!!

    abcs,

    BBMP!!

Deixe um comentário